Usina de energia

Investimento em usinas hidrelétricas gera mais de 930 empregos na região

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Fotos: Divulgação 

Ao custo de R$ 400 milhões, a cerca de 90 quilômetros de Santa Maria, a construção de um sistema de quatro usinas hidrelétricas terá capacidade de gerar, até agosto de 2021, energia suficiente para abastecer 148 mil residências todos os meses. O investimento é de pessoas físicas de Santa Catarina e São Paulo - um dos investidores do projeto é o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas catarinense Havan. Atualmente, o complexo gera emprego direto para 935 trabalhadores nos municípios de Quevedos, São Martinho da Serra e Júlio de Castilhos.

A primeira usina, que teve as obras iniciadas em maio de 2018, já está finalizada e em funcionamento desde julho deste ano. É a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Quebra Dentes, localizada no Rio Toropi, entre os municípios de Quevedos e Júlio de Castilhos. Sozinha, ela tem capacidade para abastecer cerca de 54 mil residências.

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Além disso, para interligar a energia das quatro usinas ao Sistema Interligado Nacional, os empreendedores tiveram de construir uma subestação em Toropi e uma rede de linhas de transmissão que totaliza 55 quilômetros de extensão, entre as usinas e a subestação de energia Santa Maria 3, no Distrito Industrial.

- A partir do momento em que os elétrons entram no sistema, tu não tens como mapear onde ele vai ser consumido. Ele entra no Sistema Interligado Nacional, que é todo conectado entre si. Essa energia entra em alta voltagem nas subestações, que vão diminuindo essa tensão até chegar em 220v, por exemplo. Ou seja, essa energia pode estar sendo consumida aqui mesmo ou até em outro Estado - explica o diretor técnico do complexo, Sérgio Moisés.

Para as quatro obras, são necessários 162 mil metros cúbicos de concreto, o que seria suficiente para fazer duas vezes o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Dos 935 trabalhadores que erguem o complexo, segundo a administração da obra, 20% foram contratados de municípios do entorno da Região Central, 40% de outras cidades gaúchas e o restante de demais Estados do país.

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Esses funcionários são responsáveis, entre outras tarefas, pela perfuração de cerca de 7 quilômetros em rocha, em todo o complexo, para a construção dos tubos de adução, que são responsáveis por levar a água de cada PCH até as turbinas que são responsáveis pela geração de energia.

A capacidade de geração energética, no entanto, pode variar de acordo com o volume de chuvas do ano e a consequente mudança do nível dos rios Toropi e Guassupi.

- São quatro projetos complexos. As dificuldades são normais inerentes a esse tipo de obras que envolvem uma grande terraplanagem. São regiões interioranas e sempre enfrentamos um pouco de dificuldade, mas nada que não seja previsto - finaliza Moisés.

Quase R$ 7 milhões em impostos para a região 

Para os três municípios que recebem o empreendimento, a construção do complexo se transformou em uma importante fonte de recurso por meio do recolhimento de impostos. Somente em ISSQN, durante as obras, a estimativa é de um repasse de R$ 6,9 milhões divididos entre as cidades. Já durante a operação, a expectativa é que R$ 3 milhões anuais entrem nos cofres públicos.

O prefeito de Júlio de Castilhos, João Vestena (PSB), destaca o importante incremento que o dinheiro representa para o município. No ano passado, foram repassados R$ 400 mil a mais do que era esperado pela administração municipal. Segundo a Secretaria da Fazenda, em 2019, R$ 1,2 milhão entraram na conta da prefeitura por meio da cobrança de imposto do complexo, enquanto eram previstos, inicialmente, R$ 800 mil.

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- É dinheiro que é investido diretamente em saúde, educação, nas ruas. Isso é uma fonte de recursos muito boa para nós - afirma.

E não é somente nas contas públicas que o dinheiro veio em boa hora. O incremento no comércio local é visível a partir do começo das obras, como explica o prefeito de São Martinho da Serra, Gilson de Almeida (PP):

- O nosso mercado imobiliário está muito aquecido. Praticamente não temos mais casas para alugar na cidade. O comércio, como um todo, mercados, restaurantes, tudo melhorou muito. Esse foi um investimento muito bom para o município.

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Em função da construção das barragens, o complexo está executando 24 programas ambientais para a construção de cada empreendimento, o que totaliza 96 ações ambientais, com o monitoramento integrado da qualidade da água, fauna e flora da região de implementação. Além disso, por força da lei, o complexo investiu na aquisição de mais de mil hectares de área de preservação permanente. Ao todo, são 493 hectares em área aberta e outros 603 que ficam no perímetro de 100 metros das margens dos lagos que foram criados.

- Para cada um hectare de lago, eu preciso adquirir outro hectare para preservação. É uma compensação direta - explica o diretor técnico do complexo, Sérgio Moisés.

AS USINAS: 

PCH Rincão São Miguel

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  •  Em obras (previsão de entrega para agosto de 2021)
  • Localizada no Rio Toropi, entre os municípios de São Martinho da Serra e Quevedos
  • Potência (MW): 9,75
  • Queda bruta (m): 20
  • Cota do vertedor (m): 159,50
  • Extensão do circuito de adução (m):  29,50
  • Área do reservatório (ha):  176,51
  • Altura da barragem (m):  22,70
  • Volume de concreto (m³): 25.000

PCH Salto do Guassupi

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  • Em fase final de obras (previsão de entrega para novembro deste ano)
  • Localizada no Rio Guassupi, entre os municípios de Júlio de Castilhos e São Martinho da Serra
  • Potência (MW): 12,199
  • Queda bruta (m): 80
  • Cota do vertedor (m): 280
  • Extensão do túnel de adução (m):  2.116
  • Área do reservatório (ha):  79,30
  • Altura da barragem (m):  22,40
  • Volume de concreto (m³): 34.000

PCH Quebra Dentes

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  • Em operação
  • Localizada no Rio Toropi, entre os municípios de Quevedos e Júlio de Castilhos
  • Potência (MW): 22,36
  • Queda bruta (m): 100,33
  • Cota do vertedor (m): 300,33
  • Extensão do túnel de adução (m):  2.728,20
  • Área do reservatório (ha):  54,59
  • Altura da barragem (m):  19,7
  • Volume de concreto (m³): 32.000

PCH Cachoeira 5 Veados

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  • Em obras (previsão de entrega para agosto de 2021)
  • Localizada no Rio Toropi, entre os municípios de Quevedos e São Martinho da Serra
  • Potência (MW): 16,227
  • Queda bruta (m): 38
  • Cota do vertedor (m): 199,50
  • Extensão do circuito de adução (m):  232,90
  • Área do reservatório (ha):  129,80
  • Altura da barragem (m): 35,26
  • Volume de concreto (m³): 71.000

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